sábado, 16 de fevereiro de 2013

Por ti com os meus olhos

Já pronto o meu 8º livro com o título 'por ti com os meus olhos'.
Será edição de autor, no dia em que eu o possa divulgar a todos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Por ti...

Damos as mãos, em simultâneo,
nem sequer nos olhamos,
basta o tacto, e esse calor
húmido que me inebria.

Quero sentir-te,
fervilhar no afago da tua mão,
e derreter-me nas mãos do nosso amor.

Não me deixes,
segura-me ainda,
aperta-me, enlouquece-me;
desliza pelo meu corpo
que te espera, entra em mim.

Deixa que eu me entregue
pelo tempo que o tempo dura,
vive por mim, em mim,
o momento de ser tua.

Paula Raposo in ' canela e erva doce' , pág.11, 2006 - Magna Editora

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

PARA TI DAQUI

Deixo que me prendas o olhar
em cada beijo que te dou;
um lampejo de sabor a ti,
uma luz que se prolonga em mim.
E eu deixo o olhar prender-se
no regresso à realidade.
Um desencontro ilumina a noite,
e quando a madrugada reaparece
toda a nostalgia chora em sonetos:
és tu que me compões a canção do infinito.

Paula Raposo in ' o laço impenetrável do silêncio ' pág.21 - Chiado Editora, 2012.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Para ti C.

Revejo-te.
Hoje ficas meu cúmplice
nas cores
do teu último quadro:
sou azul e escrevo
num papel em branco;
desenhas-me os olhos
e esqueces-te
de que são verdes.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Singular

Tudo me parece vulgar
mesmo o que sempre
achei singular.
Um brusco desejo
de independência,
uma súbita vontade
de ignorar.

terça-feira, 8 de março de 2011

Neste silêncio

Neste silêncio em que me deito
as palavras têm outro sentido:
não as ouvirás.

Um dia, encontro-te,
omnipresente e paralelo
ao meu sentir.
Jamais te poderei ouvir.

Este é o silêncio em que me deito.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Boas Festas


Feliz Natal e um óptimo 2010 para todos vós.

Foto minha.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Palavras


Não deixes amontoar as palavras:
deita-as para fora,
escreve-as,
solta-as;
deixa que se espalhem pelos campos,
que as vozes as entoem,
que os sentidos as saboreiem.

Não percas as palavras.

Escreve-as:
deixa-as partir.


Foto minha.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Nesta casa


É nesta casa que sonho
escrevo e me descrevo,
arrumo e desarrumo;
é nesta casa que me entendo,
desentendo e me desiludo.

Aqui: nesta casa.

Tudo se passa. Nada se passa.
É nesta casa que me perco e me encontro,
me animo e desanimo,
nesta casa;
onde não vivo.


Foto minha.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dias há


Dias há em que de sentido
pouco existe
(nada até).
Aparentemente.

Perguntas sem resposta,
respostas que não pedimos
e a vida continua - apesar de -
a marcar os momentos.

Eu também continuo.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Veias

São os cantos da terra perfumada;
das cores azuis,
entranhadas de céu,
das palavras que te digo
-a dolência forte deste meu amor-,
sobre as flores campestres
que se aninham no meu colo
(outrora vivo):
o cheiro molhado das minhas veias.

São os cantos da terra perfumada.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Âncora



Já me fala a saudade

de um momento,

uma ausência não escolhida:

a simples divagação

de uma simples mente;

vou e volto na penumbra,

divago ao longo do cais.

Regressas inesperado

e a maré saúda-te

embalando teus sonhos

de menino.

A saudade fala-me,

a maré divaga;

no longo percurso vivido,

não podemos ser nós

( não) a lançar a âncora.

Foto minha.


domingo, 29 de novembro de 2009

Renúncia


Pelo rosto correm lágrimas,
que teimo em enxugar;
quero pará-las
e voltar ao início de tudo,
mas a força que possuo,
traga-me em sentido contrário:
ao abafar o voo indeciso
da renúncia.

Foto minha.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aquece


Não deixes arrefecer,
aproveita a imaginação
no vento frio,
(que nos gela)
aquece comigo a noite.

Deixa que a madrugada
regresse a casa,
o calor se faça sentir
como a memória
-agora ausente-
do que fomos;
nas entranhas
os únicos sobreviventes.


Foto minha.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ternura


Deixo a respiração
amansar
nas tuas mãos.

Os sentidos acalmam-se
numa carícia doce,
inesperada.

Encosto-me ao teu ombro
e sinto-te vivo
então,
os sentidos exaltam-se
e entrego-me
na ternura dos teus gestos,
no fulgor do teu olhar,
sendo o que esperas
em mim.


Foto minha.

domingo, 15 de novembro de 2009

Dizer-te


Queria dizer-te as palavras
que faltam
se a noite me libertasse,
me invadisse,
extenuante
na prosa enriquecida,
de um caderno antigo.

Queria provocar-te
um doce murmúrio,
um carinho inusual
e que a voz caprichosa
me devolvesse os sons
entre este dizer-te hoje
e esse sempre calar-me.


Foto minha.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Castanhas


Imagina o verde folha
A cor tresmalhada
Dos sonhos

Imagina que albergaste
Mil desejos incontroláveis
Mil caminhos
Ou mil canções de amanhecer

Imagina saudades
Infância e despreocupação
Ou a lucidez e a virtude
De um copo de água pé

Imagina as castanhas
Loiras e luzidias
Chamuscando as tuas mãos
Empoeirando a tua boca

Imagina como te perturbas
Noite fora
Sem horas sem regresso
E te alentas e revigoras
Numa mão cheia
De brasas…


Foto minha.

sábado, 7 de novembro de 2009

Escassez


Quando as palavras escasseiam
recorro ao olhar
numa instância última
de liberdade

Leve o movimento das pálpebras
lento muito lento
o caminhar

o pensamento perdido além
a voz perturbadora
da memória.

E o beijo sempre presente
Nesta última palavra
da escassez física.


Foto minha.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Surpresa II


Surpreende-me a madrugada
Quando as lágrimas
Rolam

Surpreendes-me tu
Num intervalo
De amor

Surpreendida fico
Com as palavras
Que entoas
Na madrugada
De lágrimas

Que no intervalo
Caiem de amor
Ao som da alma.


Foto minha.

domingo, 25 de outubro de 2009

Fantástico


Existe um encanto
na floresta
que desconheço
ainda
de deuses e maravilhas
esse encanto
não se estabelece
acontece

Existe assim de mansinho
um mar e um lago
ao lado
de fantasia
tão mágicos
quanto a tarde
um duende e uma fonte

E eu aqui olhando
tentando discernir
tanta azáfama
momento de mim
de dentro de todos
a mágica
loucura
de ser vivo.


Foto minha.

Este espaço vai descansar por uns dias.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sem graça


É estranho este silêncio
da manhã
quando já partiste
e o sol ainda não nasceu

fica sem graça
esta cama vazia
sem a tua presença

uma vaga canção de amor
embala a solidão
e o torpor percorre
todo o meu corpo
numa envolvência
de silêncio

e do vazio da cama
quando tu já partiste
renasce a solidão magoada.


Foto minha.

domingo, 18 de outubro de 2009

Navegando


Vou navegando à bolina
sem grandes inquietações

e assim
talvez
aporte por aí
algures
num espaço vago
e num tempo diferente.


Foto minha.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A mesa de 15 de Outubro



Foto de Mário Galante

Eu, acompanhada pelo Jorge Castro, dinamizador das Noites com Poemas, Clarinda Galante, uma Senhora da fotografia, Maria Francília Pinheiro, Poeta e a Ilda Oliveira, contadora de histórias.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lágrima


Toda eu sou uma lágrima
extravasando do interior
e escorrendo pelo meu corpo

diluindo-se vagarosamente
completando um ciclo vagamente
disperso até me fazer soluçar

uma lágrima salgada
caminhando por entre os sulcos
que me deixam as mágoas

toda eu sou lágrimas
transbordando das margens
à procura de um rumo...


Foto minha.

sábado, 10 de outubro de 2009

Marcas ou memórias do vento



Já tenho comigo o meu 4º livro de poemas. Marcas ou memórias do vento. Da Editora Apenas Livros.

O intróito é do Gustavo Lebreiro. Um dos meus filhos.

Será feita uma apresentação na Noite com Poemas na Biblioteca Municipal de Cascais, em S.Domingos de Rana, no próximo dia 15, quinta feira, às 21h30.

Quem não puder estar presente e pretender adquiri-lo, basta enviar-me um email.
Obrigada.