Feliz Natal e um óptimo 2010 para todos vós.Foto minha.
Não deixes amontoar as palavras:
deita-as para fora,
escreve-as,
solta-as;
deixa que se espalhem pelos campos,
que as vozes as entoem,
que os sentidos as saboreiem.
Não percas as palavras.
Escreve-as:
deixa-as partir.Foto minha.
É nesta casa que sonho
escrevo e me descrevo,
arrumo e desarrumo;
é nesta casa que me entendo,
desentendo e me desiludo.
Aqui: nesta casa.
Tudo se passa. Nada se passa.
É nesta casa que me perco e me encontro,
me animo e desanimo,
nesta casa;
onde não vivo.Foto minha.
Dias há em que de sentido
pouco existe
(nada até).
Aparentemente.
Perguntas sem resposta,
respostas que não pedimos
e a vida continua - apesar de -
a marcar os momentos.
Eu também continuo.
São os cantos da terra perfumada;
das cores azuis,
entranhadas de céu,
das palavras que te digo
-a dolência forte deste meu amor-,
sobre as flores campestres
que se aninham no meu colo
(outrora vivo):
o cheiro molhado das minhas veias.
São os cantos da terra perfumada.
Já me fala a saudade
de um momento,
uma ausência não escolhida:
a simples divagação
de uma simples mente;
vou e volto na penumbra,
divago ao longo do cais.
Regressas inesperado
e a maré saúda-te
embalando teus sonhos
de menino.
A saudade fala-me,
a maré divaga;
no longo percurso vivido,
não podemos ser nós
( não) a lançar a âncora.
Foto minha.