Espero o amanhecer numa calma inusitada porque a certeza de que ele virá afasta toda a ânsia e um qualquer outro poema evocará felicidade e porque a esperança ainda pode viver em nós.
Vou voar hoje assim que conseguir as asas que procuro, vou voar enquanto o sonho não morrer na minha ânsia de te encontrar, porque sei que voas e me esperas.
Quando eu hoje voar as minhas asas baterão junto ao céu, imitando o pássaro que voando me trouxe a saudade de ti.
Mas eu hoje vou voar e voarei com asas de saudade.
Ainda mais cinza se torna o correr das horas que se vão repartindo pelo ritmo de um domingo igual a tantos outros, a ausência permanente e a saudade de te ter presente, cinzento o dia, cinzenta a alma e o peito, as mãos, as cinzas minhas.
Estive a contar os posts dos meus blogs. Dos sete que tenho actualmente.
De há poucos meses para cá são quase 1.000. São muitos mais, pois em 3 anos escrevi mais do que isso e não publiquei.
Dão para muitos livros...
Se já cá não estiver, (tenho tudo guardado, escrito com a minha letra, pela minha mão, nos meus cadernos) alguém saberá fazer uso das minhas palavras. É a minha vida e o que sinto.
Obrigada por me lerem, aqui e nos meus livros.
Este post é para os meus 3 filhos, que saberão, exactamente, o que fazer com o que eu escrevo. E...espero escrever muito mais!
Sorvo e engulo a humidade que cai nesta noite sem chuva, prateada e esquecida num gesto inconsciente de saudade, sorvo-te em goles não ávidos de gulodice, de beijos, de entranhas entregues de tudo o que eu quero que seja a nossa vida.
Como-te na macieza de um corpo enlouquecido, entre palavras e silêncios, entre pausas e catadupas de tempestade invernosa e amo-te e esqueço-te e deixo-me fugir nalguma fuga de animal selvagem.
Porque não me silencio, porque ainda escrevo os tons malva do destino, porque ainda sinto a solidão visitante, porque te recordo na voz ainda viva, no abraço cálido, ainda.
Vais dizer-me poesia cantar-me canções contar-me histórias deixar-me mergulhar em ti como quem se afoga num riso calculado na voragem das marés sem retorno à realidade.