Final de Julho, mais um mês cumprido do calendário.
Vou fazer uma pausa e talvez volte. Ou talvez não.
Obrigada a quem me segue.
Até.Foto: José Arroteia
O cansaço invade-me
e apodera-se de mim
atira-me ao chão
repentinamente
e não me deixa reagir.
Prostrada por ele
não raciocino
não lembro
não vou nem regresso
não falo não vejo
não sinto
morro enfim...
São cascatas azuis
febris
desejos e sonhos
cumpridos
a minha distância
algures na planície
ondula no vento
e sorri-te
magnífica
e deslumbrante
cativando
sempre um pouco mais
o teu olhar
sobre nós, as flores.
A partir de hoje
será o girassol
o símbolo
da alegria
e renascimento,
da luta pelo sonho
e da vitória
de todos os dias
serem Amor.
Abrir-se-á magnífico
no teu regresso
e descansará
nos teus braços
num único e novo
despertar...Foto: José Arroteia
Deixo-me embalar
pelo ritmo renovado do mar
ele questiona-me impulsivo
o que faço aqui
não sei responder
vou ficando
estando
sendo
perdendo a noção
de tempo
ganhando a noção
de nada...Foto: Clarinda
Cada passo
uma desilusão
cada voz
um descompasso
cada gesto
uma ruína
Por cada passo
cada voz
e cada gesto
passam intolerantes
todos os rios
que de mim nascem.
Se te invento agora
é porque o momento
chegou
e em magia e luz
a nossa vida transforma
um imenso areal
em sons azuis
de sonhos possíveis
e um distante roçar
de corpos
num perto devaneio
dos sentidos.
Ainda oiço a voz
que ontem sussurrava
um beijo ardente
na madrugada
era uma gaivota
aninhada no meu colo
no tempo breve
de um sorriso
entre a luz
e o murmúrio do mar
só as ondas
sabiam de mim.
Um dos muitos poemas belos do Pedro Laranjeira, no seu livro Pulsar.
Obrigada por teres autorizado a sua publicação aqui.Afagar-te os seios, lentamente,
em carícias firmes de suave excitação...
meter-te os dedos no cabelo
e deixar a polpa deslizar sedosamente
até deitares para trás a cabeça,
frouxamente,
num arfar silencioso de emoção!...
Deixar aos poucos a mão escorregar
p'ra que o arrepio fibroso do ouvido,
em ternura transforme o apalpar do teu pescoço...
Pousar então, de mansinho, a minha boca
na flor entreaberta dos teus lábios
e beber a seiva do teu vibrar sereno
enquanto o teu corpo entra nos meus braços!...
Sem um leve tremor, com lentidão,
fazer cair dos teus ombros a blusa
e num estalido seco, quase imperceptível,
abrir-te o soutien para que a luz a volta
possa gozar a ternura dos teus seios...
Ajudar-te na reciprocidade da atitude,
...olhos fechados corpo em liberdade,
até que a minha nudez possa te mostrar
a observância atenta do cair da tua saia
e dar-te a mensagem da total eloquência
do vislumbre triangular que vai me receber!
Deixar as mãos frementes percorrer
a pele rosada e suave de teu corpo,
numa carícia terna de bebé
que te faça vibrar o cordão umbilical!...
Deixar então pousar a boca, de mansinho,
nos botões rosados, frementes dos teus seios!
Para lá das palavras
que se dizem
existe um mundo imenso
a ser descoberto
a ser vivido e amado
e que espera ansiosamente
o começo da aventura.
Assim quando a esperança
nos retoma o sentido
desejamos que a vida
seja o ideal sonhado
e para lá de todas as palavras
exista a permanência
do Amor.

Surripiei-te as fotos...
Porque os números redondos
são bonitos e dão as mãos,
porque não podemos deixar morrer
a criança que existe em nós
e porque fazes parte da minha vida,
este dia e todos os outros
têm que ser de festa.
À tua saúde o meu brinde
regado com muito champanhe
e num longo abraço apertado
a festa será 'a' festa.
E porque os dias são azuis
na amizade que construímos...Parabéns, Clarinda!
Porque a distância
aumenta a aprendizagem.