Fuga
Sorvo e engulo
a humidade que cai
nesta noite sem chuva,
prateada e esquecida
num gesto inconsciente
de saudade,
sorvo-te em goles
não ávidos
de gulodice, de beijos,
de entranhas entregues
de tudo o que eu quero
que seja a nossa vida.
Como-te na macieza
de um corpo enlouquecido,
entre palavras e silêncios,
entre pausas e catadupas
de tempestade invernosa
e amo-te e esqueço-te
e deixo-me fugir
nalguma fuga
de animal selvagem.Foto repetida: Viajantis
1 comentário:
Apaixonado e carnal.
Beijos
Enviar um comentário